Biodigestor no Everest: a que altura chegou o problema…

Biodigestor tornou-se a melhor solução para esse monte de lixo.

No mês de maio começou a temporada para escalar o Monte Everest.
Chegar no “Teto do Mundo” (8.848 m acima do nível do mar) é o sonho de muitos, e acredite, a maioria não são ligadas ao montanhismo ou coisa do tipo. No ano passado (2017) mais de 366 montanhistas conseguiram o Permiss (licença para subir o Everest ourtogado pelo Nepal), mas curiosamente 455 pessoas chegaram ao cume.

Escalar o monte não é uma tarefa fácil, muitos já perderam a vida tentando. E quando sua vida está em perigo, você não vai se preocupar com problemas do tipo “o que fazer com tantas fezes e resíduos humano?”.

Acampamento base no Monte Everest

Mas esse é um problemão! Do acampamento base e outros que levam ao cume, esse ano foram retirados 14 toneladas de lixo humano! É uma quantidade imensa, mas esse dado se justifica: a escalada dura em torno de 2 meses, nesse tempo, cada alpinista produz uma média de 27 kg de escrementos. Multiplique pelo número de alpinistas e imagine a quantidade de resíduos que são descartados no monte por ano!   🙁

NAMGYAL SHERPA AFP/GETTY IMAGES

Há lixo de todo o tipo, mas nota-se que quanto mais você sobe, há menos lixo doméstico e mais equipamentos de alpinismo, como cilindros de oxigênio, tanques de gasolina, barracas…

Numa tentativa de diminuir o lixo
o governo do Nepal estabeleceu uma regra onde no começo da jornada deve-se deixar um depósito de 4 mil dólares, e no final da jornada cada um deve voltar à base do monte com oito quilos de lixo recolhidos. Se a regra dos 8 kg de lixo coletados não é cumprida, perde-se os 4 mil dólares depositados. Mas isso ainda não é tão eficaz, pois a maioria dos alpinistas cava um buraco na neve e faz suas necessidades ali mesmo, tornando o Everest um monte de fezes e urina, que contamina inclusive  parte da água de comunidades locais.

O problema já foi inspiração até para jogos!

Jogo – Coletor de lixo do Everest

Então o Everest tem realmente um problema de resíduos orgânicos.
E quando se pensa em solução para eliminar dejetos e resíduos orgânicos, a melhor solução é sem dúvidas um Biodigestor!

Um Biodigestor não só resolveria esse problema, como  também seria uma solução para o problema de energia, produzindo Biogás. É perfeito!
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Essa é a proposta do MEBP – Mount Everest Biogas Project, instalar um digestor de biogás para converter resíduos humanos em gás metano, e o homem por trás disso é Garry Porter, um montanhista aposentado e engenheiro do estado de Washington.

Garry Porter

“É feio e anti-higiênico, é um problema de saúde e um pesadelo ambiental. Eu experimentei a emoção e a grandiosidade do Monte Everest, mas também vi o que acontece quando nós, o mundo ocidental, saímos, como se o nosso lixo não ficasse”, disse o engenheiro em uma entrevista à CNN.

Porter, juntamente com seu companheiro de escalada Dan Mazur, estabeleceram o Projeto de Biogás do Monte Everest quase oito anos atrás para tentar se livrar desse “risco ambiental”.

A ideia é boa, mas os desafios são muitos, primeiro porque em um biodigestor, as bactérias se alimentem de resíduos orgânicos, e esses microrganismos vivos precisam ser mantidos aquecidos (e certamente, esse não é o cenário do Everest).
Então, painéis solares transmitirão calor ao biodigestor. Uma bateria para armazenar energia também está incluso. E com tantos equipamentos chega-se a outro problema: levantar fundos para o projeto. Estima-se que  o primeiro biodigestor vai custar cerca de US$500.000, principalmente por conta do transporte dos materiais até Gorak Shep. Mas… para Porter, trata-se de pagar uma dívida com o povo nepalês. “Eu era parte do problema, então espero que agora eu possa fazer parte da solução”, diz.

Abs!